"Os espelhos estão cheios de gente.
Os invisíveis nos vêem.
Os esquecidos se lembram de nós.
Quando nos vemos, os vemos.
Quando nos vamos, se vão?"
Eduardo Galeano: Espelhos

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Bingham: filho dos pioneiros

A pintura de gênero também ganhou respeito na primeira metade do século XIX. Não mais situadas no degrau inferior da pintura, essas cenas de pessoas comuns engajadas em atividades diárias eram enormemente populares.

O primeiro pintor importante do oeste foi George Caleb Bingham (1811-79), conhecido por suas cenas da vida na fronteira. Criticado no leste pelos temas rústicos, como barqueiros do rio jogando cartas, pescando e mascando fumo, ele se via como um historiador social imortalizando a vida dos pioneiros.

Comerciantes de pele descendo o Missouri, Bingham. Nessa pintura “de gênero” clássica, Bingham romantiza a colonização do oeste selvagem.

Diferentemente de muitos outros artistas que tomaram a natureza como tema, Bingham fazia parte da vida que retratava. Passou a infância numa fazenda rústica em Missouri e foi aprendiz de marceneiro antes de tentar pintar tabuletas. Aprendeu sozinho a pintar, com um manual faça-você-mesmo e pigmentos feitos em casa, depois desceu os rios Missouri e Mississipi pintando retratos. Bingham foi logo aclamado por celebrar a marcha para o oeste e a vida na fronteira. Para Bingham, o lugar-comum era grandioso e os barqueiros dançando eram tão nobres quanto os antigos heróis em batalhas.

STRICKLAND, Carol. Arte comentada: da pré-história ao pós-moderno. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002. p. 82.

NOTA: O texto "Bingham: filho dos pioneiros" não representa, necessariamente, o pensamento deste blog. Foi publicado com o objetivo de refletirmos sobre a construção do conhecimento histórico.

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