"Os espelhos estão cheios de gente.
Os invisíveis nos vêem.
Os esquecidos se lembram de nós.
Quando nos vemos, os vemos.
Quando nos vamos, se vão?"
Eduardo Galeano: Espelhos

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

O vestuário no antigo Egito

Como para muitos outros aspectos do cotidiano, a decoração dos túmulos, as cenas dos templos, as estátuas, os textos e algumas descobertas arqueológicas dão uma ideia precisa da forma como os egípcios se vestiam. Mas vale lembrar que as roupas de festa com as quais eles são representados eram geralmente ligadas às classes mais altas. Na rotina do trabalho no campo, a grande maioria da população ficava nua, ou quase, com apenas um pedaço de tecido enrolado na cintura. As crianças eram representadas nuas, independentemente de sua classe social ou riqueza da família.


Cena de banquete: vestuário feminino. 
Detalhe de pintura mural em tumba.

Confeccionados em linho branco (os tecidos coloridos eram exceção), a tanga para os homens e o vestido reto para as mulheres eram as “bases” da vestimenta egípcia. O hábito praticamente não mudou do Antigo Império até meados da 18ª dinastia. Era assim que os deuses se vestiam.

Na época amarniana e no período ramessida, a moda evoluiu com o uso de vestimentas amplas, plissadas e transparentes sobrepostas à tanga e vestidos mais elaborados. Essa tendência se manteve até que fosse adotada uma moda relativamente helenizada, depois da conquista do Egito por Alexandre, o Grande.


Cena de colheita: vestuário masculino. 
Detalhe de pintura mural em tumba.

A peruca, por ter a função de proteger do sol, era um elemento constitutivo da vestimenta egípcia, tanto masculina como feminina. Talvez para evitar vermes, eles tinham o hábito de cortar os cabelos curtos, também para as mulheres, e até de raspar completamente a cabeça e usar peruca. Esta era geralmente feita de cabelos naturais, e as formas e estilos variavam conforme a moda.

Várias funções religiosas ou administrativas envolviam o uso de um traje específico. É o caso do sacerdote funerário, que jogava uma pele de pantera nas costas, e também do vizir, primeira pessoa do Estado depois do rei, que usava um grande manto.

O traje real sempre foi objeto de uma codificação específica em função dos diferentes papéis do rei ou dos ritos que ele tinha de cumprir.

Vincent Rondot. Vestuário. In: BETING, Graziella. Coleção história de A a Z: [volume] 1: antiguidade.. Rio de Janeiro: Duetto, 2009. p. 25.

NOTA: O texto "O vestuário no antigo Egito" não representa, necessariamente, o pensamento deste blog. Foi publicado com o objetivo de refletirmos sobre a construção do conhecimento histórico.

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